28 de novembro de 2013

A arte de falar bem em público

Hugo Harada / Gazeta do Povo / Na época da faculdade, uma das estratégias de Rafael Diehl era conversar com a família sobre o assunto de sua banca final.
Na época da faculdade, uma das estratégias de Rafael Diehl era conversar com a família sobre o assunto de sua banca final.
Na universidade, apresentações de trabalhos ganham mais importância e maior pressão. Quem não gosta de estar sob o holofote da turma precisa se preparar para o desafio.
São tantas apresentações de trabalhos e, no fim, a banca da monografia, que falar em público acaba sendo essencial para sair com um diploma da universidade. Mas e quando bate o nervosismo?
Na ponta da língua
O psicólogo Flávio Pereira dá dicas de como treinar para falar melhor em público:
Controlar a respiração
“É importante começar com a respiração, que ajuda a controlar a ansiedade”, diz Pereira. Inspirar e expirar profundamente e com calma ajuda a relaxar e pode ser feito sempre que se achar necessário.
Dominar o assunto
O aluno deve fazer a lição de casa. Não ter conhecimento do assunto sobre o qual vai falar aumenta a insegurança e deixa as pessoas mais nervosas. Pesquisar, ler e até escrever sobre o assunto cria familiaridade com o tema e ajuda a evitar os “brancos”.
Cuidar do fator emocional
Ter confiança em si mesmo é fundamental. Uma dica é “que o aluno se visualize falando bem em público. Isso ajuda a dar mais segurança e confiança que vai dar tudo certo”.
Treinar
É importante que quem tenha dificuldades para falar em público treine bastante. Pode ser sozinho, na frente do espelho ou até para amigos ou familiares. Pereira indica até fazer uma autocrítica: “É só pegar um celular, filmar e depois assistir. A pessoa deve analisar se tem algum vício de linguagem, tique ou má postura. Depois de perceber, precisa lapidar esses fatores”.
O professor de História do ensino fundamental Rafael De Mesquita Diehl sente como se todos os holofotes e olhares estivessem em cima dele. “Para algumas pessoas, isso é radiante, mas, para o tímido, é como se estivesse sendo avaliado por uma grande multidão. Na universidade, essa sensação é potencializada pelo fato de muitas apresentações em público realmente se tratarem de avaliações”, comenta.
Tímido desde criança, na escola, Diehl tinha os amigos e a diversão das atividades lúdicas para se sentir mais confortável. Mas isso mudou com a apresentação dos primeiros trabalhos acadêmicos, quando começou a ficar nervoso, se perder na ordem dos assuntos e falar baixo demais. “Na faculdade, fui percebendo que a convicção e o domínio do assunto transmitiam uma grande segurança. Passei então a preparar com mais assiduidade as minhas apresentações”, conta.
E na hora da banca da monografia? “O que mais me tranquilizou foi a lembrança de que havia estudado a temática da pesquisa por cerca de três anos inteiros, o que me dava um amplo domínio do objeto a ser apresentado”, lembra. Além disso, ele treinava conversando sobre o assunto do trabalho com a família.
Nervosismo
Segundo uma pesquisa feita neste ano pela Nube Estágios, organização privada de colocação de jovens no mercado de trabalho, os maiores motivos de insegurança dos alunos na hora de falar em público são o nervosismo (34%), a timidez (33%) e a ansiedade (27%).
Para Flávio Pereira, psicólogo e diretor de um instituto de desenvolvimento pessoal e profissional que leva o seu nome, muitos alunos encontram esse problema quando entram na universidade, onde a demanda por falar em público e a pressão são maiores. “Quando a pessoa não consegue mais ter controle da situação e pensa em desistir, pedir para alguém apresentar no seu lugar ou aceitar uma nota mais baixa é hora de pensar em pedir ajuda”, diz Pereira.“Tudo está ligado ao medo de cometer erros, ser criticado, não agradar, ter um branco, transparecer nervosismo, dar vexame ou ser ridículo. São crenças que as pessoas devem abandonar”, completa.

0 comentários:

Postar um comentário